Em meio a preces de amor livre e ciúmes que me indagam pego-me na avaliação das relações de autonomia e amor, das escolhas feitas, das utopias que se espera.
Num constante movimento de avanço e refluxo daquilo que se julga teoria, observa-se, que aquilo que você encantou no pensamento confundi os sentidos, maltrata e dói.
Mais do que a dor de sentir oposto, esta a dor de admitir, não pela teoria que vai com a correnteza enquanto você a puxa, mas pelo demostrar insegurança, falhas, fraquezas.
Assim cabe a nós franqueza e sinceridade, nada de hipocrisia intelectual. É refletindo o amor livre, é entendendo sua forma de ser e amar que o constrói também.
AUTONOMIA, para além da idealização escrita no papel, esta a escolha, a forma de ser, e se você ta bem escolhendo assim..abra-se como é..
Ruim é quando ainda esta inconstante pedindo pra confusão cessar, pra cabeça deixar de quebrar
Pro peito encaixar...
...elogio do amor livre - Amparo Poch y Gascon
Prece do Amor Livre
Diz assim:
I. Tome a pétala fresca e suculenta; tome a polpa doce da fruta madura; tome a senda esbranquiçada sob o sol do poente, a colina de ouro, o carvalho, e a fonte na sombra. Tome meus lábios e meus dentes onde brincam as risadas como fios de água, e os fios de água
como risadas.
II. Eu não tenho Casa. Tenho, sim, um teto amável para resguardar você da chuva e um leito para que você descanse e me fale de amor. Mas não tenho Casa. Não quero! Não quero a insaciável ventosa que enfraquece o Pensamento, absorve a Vontade, mata o Sonho, quebra a doce linha da Paz e do Amor. Eu não tenho Casa. Quero amar no extenso “além” que não fecha nenhum muro nem limita nenhum egoísmo.
III. Meu coração é uma rosa de carne. Em cada folha tem uma ternura e uma ansiedade. Não o mutile! Tenho asas para ascender pelas regiões da pesquisa e do trabalho. Não as corte!
Tenho as mãos como palmas abertas para recolher moedas incontáveis de carícias. Não as acorrente!
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