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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Premissas de desencontro ou anseios de permanência

Nos dias quase todas as coisas são comuns, quase tudo que passa entre nossos olhos tem cara de café amanhecido na pressa e almoço requentado na correria, raras vezes jantamos com propriedade, e não digo da alimentação boa, digo do apreciar comida, companhia e conversa, assim como raramente amanhecemos com mesa de café da manhã, café quente e pessoas em volta de uma mesa pra repartir o pão, filosofar a vida.
A gente esquece na correria que alguém nos espera pra jantar, a gente abstrai que amanhã é sábado e é dia de café fresco e amigos em volta da mesa, esquece o que passa nessa coisa de dividir a vida. A gente é feito de premissas e detalhes, e por mais que estes sejam o sentido da vida, escorrem feito água pelas mãos.
Quais raras as vezes que sai uma janta por várias mãos agora? Daquelas que a gente perde hora e conversa enquanto prepara, tomando um vinho ou uma cerveja quem sabe...
Cadê nossas noites de violão, nossos sonhos propagados em conjunto?
O que fica é que a gente se perde, perde os sonhos, as conquistas, as formas de se conquistar, a gente esquece o clima gostoso, por parecer que o conhecer passou, que não existe descobrir e que ta ali tudo o que já podíamos ter visto, “há eu já conheço” a gente sempre indaga assim.
Os detalhes são raridades, são o que alimenta e dá sentido mesmo quando a gente faz questão de esquecê-los, assim se faz prece diária de todos os dias quando eu acordo, que eu não perca o que se perde ao piscar os olhos, que eu entenda o que as palavras tem pra dizer entre suas linhas, que eu valorize a simplicidade dos gestos de carinho e cumplicidade.
Que eu seja memória, entrelinhas cruzadas, conhecedora das novidades mesmo quando já é cotidiano, que eu saiba entender silêncios, escolhas, processos, que eu me faça presente sendo conquista diária das pessoas, que eu seja descoberta, que saibam ler minhas entrelinhas, que saibamos ser um do outro como sempre ser fez sentido, sem perder essência.
 Que o piscar dos olhos seja a rotina!

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